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O Turismo Cultural e Religioso é “inquestionavelmente uma prioridade do governo em matéria de turismo”

    “Há uma área que é estratégica para o país, que é o turismo cultural e religioso”, refere Nuno Fazenda

    “Na nossa ambição de ter um turismo mais coeso e mais sustentável, há uma área que é estratégica para o país, que é o turismo cultural e religioso. O turismo cultural e religioso é um produto turístico estratégico do nosso país, que vamos continuar a valorizar e afirmar”, destacou o secretário de Estado do Turismo durante a abertura das V Jornadas Nacionais da Pastoral do Turismo.

    Reforçando o apelo para que se potenciem sinergias e se trabalhe em rede nesta área, Nuno Fazenda vincou que o turismo cultural e religioso é “inquestionavelmente uma prioridade do governo em matéria de turismo”.

    Na sua intervenção e “para reflexão”, o representante do Governo deixou os cinco desafios do turismo cultural e religioso em Portugal: “Em primeiro, o desafio da requalificação e valorização: temos de manter a estratégia de requalificar e valorizar o nosso património cultural e religioso. E não é só no edificado que temos de trabalhar, é também no imaterial, em que temos de valorizar a nossa identidade, a nossa história, a nossa cultura e memória coletiva”.

    Estruturar e organizar a oferta turística, capacitar / formar os agentes que estão no terreno, bem como promover e comercializar os ativos culturais e religiosos foram outros dos desafios enumerados.

    “Por fim, cooperar e trabalhar mais em rede. Podemos ter um património qualificado, estruturar a oferta, qualificar as pessoas e desenvolver mais ações de promoção, mas depois temos de trabalhar mais em rede, para potenciar sinergias”, referiu.

    Segundo Nuno Fazenda, é necessário assegurar que “a chave da igreja se encontra, que a porta está aberta e as pessoas podem visitar os imóveis, onde há alguém para explicar o bem que está a ser observado”.

    “Este é um produto que dá um forte contributo para a coesão territorial, para a diversificação da oferta turística e também para a diversificação de mercados”, acrescentou.

    “Temos de assegurar que há rotas que funcionam, que temos igrejas e mosteiros abertos ao público, com meios de comunicação, suportes promocionais, incluindo digitais, e com pessoas que expliquem aquilo que são bens valiosíssimos do ponto de vista histórico e cultural. Tem sido feito um trabalho muito positivo neste domínio, mas temos de prosseguir este desafio de trabalhar ainda mais em rede”, concluiu.

     

    Número de hóspedes cresce 83% em 2022 e dormidas sobem 86%

    Segundo dados preliminares do Instituto Nacional de Estatística (INE) e de acordo com a estimativa rápida da atividade turística, “no conjunto do ano de 2022 (dados preliminares), os estabelecimentos de alojamento turístico registaram 26,5 milhões de hóspedes e 69,5 milhões de dormidas, que se traduziram em aumentos de 83,3% e 86,3% (+38,6% e +44,7% em 2021, respetivamente)”.

    Nas dormidas turísticas, os principais crescimentos verificaram-se nos Açores (+5,1%), Madeira (+4,5%) e Norte (+4,3%) e, em sentido contrário, as maiores diminuições observaram-se no Centro (-13,1%) e Algarve (-11,3%).

    O Reino Unido manteve-se como principal mercado emissor em 2022, representando 19,3% das dormidas de não residentes, quase triplicando face a 2021 (+191,9%; -4,0% face a 2019). Seguiram-se os mercados alemão (11,5%), espanhol (10,8%) e francês (9,3%), mas o maior crescimento registou-se no mercado norte-americano (peso de 7,5%), que aumentou 327,4% (+26,9% face a 2019).

     


    “É um milagre Portugal conseguir os resultados que tem, sem se assumir como um país turístico”

    O presidente do Turismo do Alentejo participou na edição da FITUR, juntamente com as outras seis regiões de Turismo.

    “Só nós, no setor, é que temos a sensação da importância que o turismo tem”, constatou, lembrando que sempre defendeu a existência de um ministério do Turismo: “A importância estratégica que o Turismo tem para Portugal devia autonomizá-lo do ministério da Economia”.

    “Temos um setor do turismo cuja a contribuição para o PIB é entre 10 e 15%”, afirmou, acrescentando ainda que “quem tirou o país da crise em 2020 foi o turismo”. Mas não só. “Quando toda a gente pensava que só em 2024 iríamos recuperar, afinal (espera-se que) vamos ter o melhor ano turístico em termos de receitas, e o país  ainda não tem consciência que somos um país turístico”, lamentou.  “Atualmente, penso que o ministro António Costa Silva está muito sensibilizado para a questão do turismo, talvez não estivesse no início”.

    A questão do financiamento é muitas vezes levantada pelas regiões de turismo que vêem as verbas estagnadas há vários anos, apesar do crescimento das receitas.

    “Aquilo que é hoje o ativo do Turismo em Portugal e que foi tornado público, ou seja, cerca de 22 mil milhões de euros em receitas, não está refletido no financiamento dos orçamentos regionais, que remontam à data de 2008, isto é, em 2008, tínhamos 20,6 milhões de euros para as ERT’s, em 2023 o nosso orçamento não chega a 20 milhões. É preciso fazer correção”, defendeu por sua vez Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro.

    “Hoje é claro para todos a importância das regiões de turismo e trabalhamos muito alinhados com o Turismo de Portugal, mas também é fácil de reconhecer que temos uma Lei, a lei 33, que está ultrapassada, que não vai de encontro aquilo que acredito que tenha sido o espírito do legislador. Não dá autonomia administrativa e financeira às regiões, e as regiões já provaram que têm competência e capacidade para poder trabalhar ainda mais, mas para isso precisam de meio”, defendeu Luís Pedro Martins.


    Novas rotas em Faro e no Porto este verão

    A Ryanair anunciou a programação para o verão de 2023, em Portugal, com um total de 19 novas rotas, para destinos como Barcelona, Roma e Toulouse.

    O CEO da companhia aérea, Michael O’Leary, explicou, num encontro com jornalistas, que todas as novas rotas vão operar a partir de Faro e do Porto em resposta à redução das taxas ETS (ecotaxas). A Ryanair não terá capacidade para aumentar a oferta nos aeroportos de Lisboa, Açores ou Madeira “devido à falta de slots na capital, e ao aumento injustificado das taxas aeroportuárias e taxas ETS”.

    Das novas rotas anunciadas, oito são operadas a partir do aeroporto de Faro e 11 a partir do Porto. “Infelizmente não há crescimento em Lisboa, apenas porque a TAP continua a bloquear slots, que não está a utilizar e que não pretende utilizar”, indicou o CEO.

    Para o verão de 2023, a Ryanair conta com 90 bases na Europa, operação em 235 aeroportos, num total de 37 países, com 523 aeronaves e mais de 2,400 rotas. Prevê, ainda, obter 168 milhões de passageiros mas, até 2026, espera crescer até aos 225 milhões de passageiros.


    2022 – número de noites turísticas na UE em níveis pré-pandemia

    Em 2022, o número de noites turísticas na União Europeia atingiu 2,72 mil milhões, perto dos níveis pré-covid-19, segundo dados divulgados pelo Eurostat.

    O número de dormidas em estabelecimentos turísticos ficou 5,6% aquém dos valores de 2019, mas avançou 91,1% face aos 1,42 mil milhões de noites em 2020 e 48,3% na comparação com os 1,83 mil milhões em 2021, de acordo com o serviço estatístico da UE.

    Portugal é um dos países da União Europeia – a par da Croácia, Luxemburgo, Grécia, Áustria, Espanha e França – em que o número de dormidas por turistas internacionais ficou a menos de 10% dos níveis pré-pandémicos.

     


    © Fontes: Pexels, Turismo de Portugal, PortoCanal, TNews e República Portuguesa

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